MAS TAMBÉM, MUITO MENOS ENCANTADOR.

É engraçado começar a observar marcas. Se você está começando a tentar entender a melhor forma de se conectar com o seu público, tente fazer esse exercício.

Esses dias fui até um Shopping que tem grandes marcas e inconscientemente fiz essa análise.

Fui mesmo com o foco de compras para uma ocasião especial e por isso entrei em muitas lojas, conversei com vendedores e experimentei muitas roupas. Voltei pra casa com as sensações que essas lojas e que minhas compras me trouxeram. Uma delas me surpreendeu!

Foi um dia intenso. Passei o dia INTEIRO no shopping (mesmo odiando essa programação). Já exausta… vi uma loja com uma cara massa, descolada, bonitinha. Os vendedores lá dentro pareciam animados e o som que passava pela porta estava agradável. Vi o preço na vitrine e assustei. Mas a energia da loja me fez entrar pra ver “qualé que era” a daquela marca que eu já tinha ouvido falar.

 

Daí a primeira surpresa:

– “Quer uma Heineken?” disse o vendedor.

Que frase errada ele foi falar. Bem pra mim?

– “Claro que quero”, respondi.

 

Enquanto analisava a roupa que teoricamente era muito cara e que eu não compraria de jeito nenhum olhando friamente no cabide, o vendedor me sondava para entender a situação que eu desejava usar a roupa (meu noivo no caso). E ele conseguiu… quando vi ele estava contando sobre como seria o nosso casamento, para todos aqueles vendedores felizes.

Eu que sou vacinada pela própria profissão e sei que aquilo tudo foi fruto de muito treinamento, estratégias de marketing e cultura da marca… me rendi!

O clima estava agradável, eu estava tomando uma Heineken, a roupa era top e eu já me sentia quase no meio de amigos. Quando percebi: ESTAVA NO CAIXA. Lá recebia também a minha segunda Heineken pra continuar meu passeio pelo Shopping.

Tá… A forma como eles falaram comigo bateu. Eles acertaram e mereceram cada centavo que eu gastei lá. Mas não bastava isso, virei a esquina e recebi um e-mail que mostrava:

 

– O valor bruto da peça

– Impostos e comissões

– Custo operacional e custo da mercadoria

– E enfim o lucro líquido da loja (que nem era muito assim).

 

Além disso, o e-mail me contava que com aquela compra, eu tinha doado 5 pratos de comida para um projeto que eu tinha visto na parede da loja e já tinha achado o máximo.

 

O que essa marca fez de diferente? Porque ela se conectou comigo entre tantas outras daquele centro comercial?

 

Na Jumpers, falamos muito de trazer a tona o “Porque” do empreendedor.

Por que o empreendedor faz aquilo? Qual é o seu propósito e seu jeito particular de fazer o que ele faz. Como ele vende seu produto e serviço para o mercado?

 

Dessa maneira, nós conseguimos mostrar para o próprio empreendedor, como seu porque é capaz de conversar mais com seu cliente do que o seu produto em si.

E bingo! Assim se laça um cliente assim como eu “fui laçada”….

 

Sabendo que as coisas funcionam mais ou menos assim, fiquei intrigada para entender como aquela marca foi tão certeira comigo.

 

Fui pesquisar sobre o propósito da marca e no site achei as opções:

CULTURA / FAMÍLIA / EXPERIÊNCIA.

 

Simplesmente era um conjunto do que eu tinha vivido na loja e as explanações do site só me encantavam cada vez mais, já que percebi que a marca conseguiu levar até o seu ponto de venda, exatamente tudo que ela prega como teoria no site:

 

“ADORAMOS OUVIR, FALAR, SEGUIR, AMAR… TUDO JUNTO E NO PLURAL.

Nossa cultura de marca é forte e tá na veia de cada colaborador: paixão pelo o que se faz, tesão de fazer melhor, amor pra fazer junto e sorriso no rosto sempre”.

 

A loja falou comigo através do seu “porque”… E eu poderia ficar aqui contando tudo que achei legal da loja, do site e das redes sociais deles por um looongo tempo… Pois “o porque deles bateu com meus porquês”.

E o que eu comprei lá, pouco importa. Foi apenas uma camisa branca, que eu poderia ter comprado em várias outras lojas (aliás, pela metade do preço).