Em momentos de crise, inovar e diversificar os produtos e serviços de seu negócio, além de condição de sobrevivência, pode trazer grandes oportunidades de crescimento.

Poucos são os empreendedores que montam seus negócios já pensando em como ele pode diversificar. Considerando a conjuntura brasileira, de muitas incertezas e crises, planejar o futuro é uma tarefa difícil e que por vezes pode beirar a vidência. O único problema é que, com o consumidor cada dia mais exigente, esta tarefa tem de fazer parte da rotina.

Produtos e serviços têm chegado cada vez mais rápido do seu ponto de introdução ao de declínio e a catatonia diante desta velocidade pode representar a morte de um negócio promissor. O clichê “pensar fora da caixa” hoje, já está dentro da caixa de obrigações para uma  empresa se fazer competitiva. Se você entende isso, mas não sabe bem por onde começar vamos tentar te ajudar aqui.

DIVERSIFICAR É PRECISO, MAS QUANDO FAZER?

Diversificação ou inovação, tanto faz como você vai chamar, o importante aqui é conseguir decidir qual o momento adequado para investir naquele novo produto, serviço ou em um novo modelo de negócios. Existem algumas ferramentas que podem ajudá-lo a tomar essa decisão, mas para facilitar sugerimos que você responda algumas questões:

  • Qual o tamanho do mercado endereçável do seu principal produto ou serviço?
  • Ele está em crescimento, estagnado ou em retração?
  • Qual sua participação nele? Ela pode crescer? A que custo?
  • Quais tendências de consumo interferem neste mercado? Elas estão a seu favor?

Se você está em um mercado grande ou em crescimento, com baixa participação e com boas perspectivas de crescimento, o conselho seria focar no seu produto atual por um tempo. Diversificar ou inovar pode ser mais interessante se isso trouxer vantagens competitivas para o que vende hoje.

Agora, se você já tem grande participação em um mercado, se ele está estagnado ou se para crescer mais os investimentos não justificariam o retorno, então buscar novos produtos, serviços ou até mesmo modelos de negócio, pode ser uma ótima alternativa para seguir um caminho de crescimento. Uma boa ferramenta para auxiliá-lo é a Matriz BCG, um modelo utilizado há anos para auxiliar a gestão de mix de produtos, muito prático e funcional.

IDENTIFIQUEI QUE PRECISO INOVAR, POR ONDE COMEÇO?

Existem várias ferramentas que podem te ajudar a criar inovação, mas uma coisa é fato, as melhores inovações são as que atendem uma necessidade latente ou um desejo do consumidor, mesmo que ele não saiba disso.

Destacamos aqui duas metodologias que tem ganhado muito espaço no mercado, principalmente pela influência de empresas do vale do silício.

O ponto em comum entre ambas é que elas partem fundamentalmente do exercício de empatia com o consumidor e são, geralmente, desenvolvidas em dinâmicas de co-criação:

DESIGN THINKING: É uma metodologia para desenvolvimento de soluções com base nas necessidades do consumidor. Ganhou notoriedade nas mãos de Tim Brown e David Kelley, fundadores da IDEO, uma empresa de design que tem em seu portifólio de clientes empresas como Apple, HP e outras multinacionais.

A metodologia é representada graficamente pelo diamante duplo, onde você começa entendendo seu público através de pesquisa e observação. A partir dos insumos coletados define o problema a ser resolvido. Então, você começa uma etapa de ideação, por meio de brainstorms e outras dinâmicas para então prototipar a solução e testar. A partir do teste você revisita as etapas anteriores para aprimorar a solução ou até mesmo desenvolver uma nova. Você pode conhecer melhor a metodologia aqui.

 

 

DESIGN SPRINT: Foi desenvolvida no Google Venture, para auxiliar suas empresas aceleradas a criar protótipos e validá-los de forma rápida – em uma semana. É como se fosse um Design Thinking turbinado. O livro SPRINT explica a metodologia em detalhes.

JÁ SEI O QUE FAZER, COMO EXECUTO ESSA IDEIA?

Se você chegou a um negócio inovador ótimo, para acompanhar a execução de seu novo produto uma metodologia bem eficaz para testá-lo é o Lean Startup, desenvolvida por Eric Ries.

Trata-se de uma forma de operar pautada por validações de hipóteses, com metodologia científica, ou seja, testando. De forma simplória, devemos definir as hipóteses das quais temos dúvidas, elas podem ser relacionadas a qualquer área do seu negócio, como: processos, precificação, tração de mercado etc. Então, estruturamos o mínimo produto viável, ou seja, desenvolvemos o produto o mínimo possível para que o consumidor veja valor em comprá-lo e partir dessas definições, criamos indicadores e modos de medi-los. O produto vai para o mercado e, a partir daí, ciclos de correções e modificações são realizados.

 

PRÓXIMOS PASSOS:

Seu novo produto, serviço ou modelo já está no mercado e rodando, agora você precisa estabelecer seus principais processos, posicioná-lo corretamente no mercado e passar a fazer a gestão efetiva dele.

Sempre vale revisitar as ferramentas apresentadas aqui e aplicá-las novamente, lembrando que elas não esgotam o assunto em pauta. Existem inúmeras outras metodologias e profissionais que podem ajudá-lo a acelerar e transformar seus negócios. Nada é definitivo ou imutável, a única certeza em todo esse processo é que em algum momento você terá que passar por ele novamente, e talvez nem seja daqui muito tempo.